A Bebida que Mata: A Indiferença do Governo Diante da Violência e do Alcoolismo

É de se indignar com a situação alarmante do consumo de álcool no nosso país, especialmente aqui no Distrito Federal, que ocupa o vergonhoso segundo lugar no ranking de ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Enquanto a Secretaria de Saúde (SES-DF) revela que 25,7% dos adultos já beberam quatro ou mais doses em uma única ocasião, a gente se pergunta: onde está a responsabilidade do governo em lidar com essa questão? Salvador pode estar na frente, mas isso não torna Brasília menos preocupante.
E o que o governo faz? Restringe o horário de funcionamento das distribuidoras de bebidas, como se isso fosse a solução mágica para um problema tão complexo. Fechar as portas à meia-noite e abrir às 6h é apenas um tapa-buraco que não resolve a raiz do problema. Nos primeiros meses de 2025, 135 homicídios foram registrados, e 24% deles ocorreram em bares e distribuidoras. É um ciclo vicioso que o governo parece ignorar, enquanto a população paga o preço.
Os especialistas estão gritando que o álcool é um indutor de comportamentos agressivos e até mesmo da criminalidade. A psiquiatra Silvia Marchant Gomes explica que muitos criminosos usam o álcool como uma forma de driblar o medo e cometer atos violentos. E a violência doméstica? Ah, essa é uma bomba relógio que o governo não quer encarar. A advogada Ana Izabel Alencar destaca que a violência contra a mulher está diretamente ligada ao consumo de álcool. E o que estamos fazendo para mudar isso? Nada!
É revoltante ver pessoas que conseguiram se livrar do vício e transformaram suas vidas, enquanto o governo continua a falhar em oferecer suporte e tratamento adequado. O atleta Josiel, que trocou a bebida pelo esporte, é um exemplo de superação, mas quantas pessoas ainda estão presas nesse ciclo destrutivo? E o que dizer dos tratamentos? A psiquiatra Nathalia Sobrinho Gurgel alerta que não existe um nível seguro de álcool, e mesmo pequenas quantidades podem causar danos irreparáveis.
A verdade é que o álcool não é um alimento natural para o nosso organismo, e a sociedade precisa entender isso. Precisamos de uma conscientização coletiva sobre a relação entre álcool e violência, mas, em vez disso, o que vemos é uma normalização do consumo e uma pressão social para beber. É hora de acordar, sociedade! Precisamos de políticas públicas eficazes, de um suporte real para as vítimas e de um trabalho sério de responsabilização dos agressores. A proteção à vítima deve ser prioridade, e não podemos mais fechar os olhos para essa realidade.