Brasil: o país das obras paradas

Em cada canto do país, há um exemplo do descaso com o dinheiro público: hospitais inacabados, escolas que nunca abriram as portas, estradas interrompidas no meio do caminho. Essas obras paradas não são apenas símbolos de má gestão; são um fardo que pesa diretamente no bolso da pessoa comum, que paga seus impostos e, em troca, recebe promessas não cumpridas.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil possui atualmente mais de 14 mil obras públicas paralisadas. O custo total dessas construções ultrapassa R$ 180 bilhões, de acordo com dados de 2023 do Observatório das Obras Paradas, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O que está parado?
Entre as obras que deveriam beneficiar milhões de brasileiros, destacam-se:
– Escolas e creches: Mais de 2.600 instituições de ensino estão inacabadas, deixando milhares de crianças sem acesso à educação básica.
– Hospitais e unidades de saúde: Há mais de 1.700 obras de saúde paralisadas, enquanto filas de atendimento nos hospitais públicos continuam a crescer.
– Infraestrutura de transporte: Estradas, pontes e ferrovias abandonadas atrasam o escoamento da produção e dificultam a mobilidade, prejudicando tanto a economia quanto o dia a dia da população.
Essas obras, iniciadas com grande alarde por governantes, acabam sendo esquecidas, enquanto os custos para retomar os projetos aumentam exponencialmente.
Por que as obras param?
As razões para tantas obras abandonadas são muitas, mas todas refletem a mesma realidade: má gestão e falta de planejamento. Entre os principais motivos estão as paralisações por investigação de corrupção e as mudanças de governo, que abandonam por questões meramente políticas. É um desperdício total!
Enquanto isso, a pessoa comum paga a conta duas vezes: primeiro com os impostos que financiam as obras e, depois, com os custos adicionais de um serviço público que nunca chega a ser entregue.
Impactos no dia a dia
As consequências das obras paradas vão muito além dos números. A falta de creches força pais e mães a deixarem de trabalhar. Hospitais inacabados significam vidas perdidas por falta de atendimento. Estradas abandonadas isolam comunidades e encarecem o transporte de produtos essenciais.
Para a pessoa comum, não se trata apenas de desperdício, mas de uma traição ao pacto básico entre governo e sociedade. Pagamos impostos esperando que o dinheiro seja usado para melhorar nossa qualidade de vida, mas o que vemos é negligência e desperdício.
Hora de agir
O Brasil não pode mais tolerar tamanha negligência. Para nós, cada obra parada é um lembrete doloroso de que o dinheiro público não está sendo usado como deveria. É hora de exigir responsabilidade, transparência e compromisso com a conclusão dos projetos que afetam diretamente a vida de milhões de brasileiros.
Enquanto isso, seguimos acompanhando, cobrando e denunciando. Porque a pessoa comum merece mais do que promessas vazias — merece resultados.